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Mitologia nórdica I



A mitologia nórdica se refere a uma religião pré-cristã, crenças e lendas dos povos nórdicos (aqui estão incluídos a Escandinávia, Islândia, Finlândia e territórios próximos). Este conjunto de mitos também teve especial desenvolvimento na Alemanha. A maioria das fontes escritas para a mitologia nórdica foram construídas na Islândia, num conjunto de textos, conhecidos como Eddas, encontrados originalmente em verso e que permitiram iniciar o estudo e a compilação das histórias referentes aos personagens da mitologia nórdica.

Fonte de inspiração para as mais variadas áreas, a riquíssima mitologia nórdica inspirou a criação de muitas obras, tal como O Senhor dos Anéis, do escritor inglês J. R. R. Tolkien, que foi colher na mitologia escandinava o fundamento básico de seu fantástico universo literário. No decorrer da evolução deste blog, colocarei mais fragmentos sobre a mitologia nórdica e vocês verão como Tolkien sofreu severa influência dessa fascinante cultura.

Então, começaremos do inicio, da criação do mundo conforme as lendas desse universo mitológico:

Primeiro, havia o Caos. Nem Céu, nem Mar, nem Terra - nada disto havia. Apenas três reinos coexistiam: o Ginnungagap (o Grande Vazio), abismo primitivo e vazio, situado entre Musspell (o Reino do Fogo) e Niflheim (a Terra da Neblina), terra da escuridão e das névoas geladas.

Durante muitas eras, assim foi, até que as névoas começaram a subir lentamente das profundezas do Niflheim e formaram no medonho abismo de Ginnungagap um gigantesco bloco de gelo. E das terrar denominadas Musspell, desceu um ar quente e este encontro do calor com o frio de Niflheim começou a provocar o derretimento do imenso bloco de gelo. Após mais alguns milhares de eras o gelo foi derretendo e deixando entrever a forma de um gigante.

Ymir era o seu nome. Ymir dormiu durante todas estas eras, enquanto o gelo que o recobria ia derretendo mansamente, gota à gota, até que, sob o efeito do calor escaldante de Musspell, ele começou a suar. O suor que lhe escorria copiosamente do corpo uniu-se à água do gelo e este suor vivificante deu origem aos primeiros seres vivos.

Mitologia nórdica II

Entretanto, do gelo derretido também surgiru uma vaca de nome Audhumla, que alimentavam o gigante Ymir. Audhumla nutria-se do gelo salgado, que lambia continuamente da superfície, e, deste gelo, surgiu uma criatura que chamou-se Buri e foi a progenitora dos deuses. Seu primeiro filho chamou-se Bor.

Mais tarde, Bor casou-se com a giganta Bestla e, desta união, surgiram três notáveis deuses: Wotan (também chamado Odin), Vili e Ve. Dos três, o mais importante é Wotan, que um dia chegará a ser o maior de todos os deuses.

Os três irmãos juntamente com o pai Bor, derrotaram, então, o poderoso gigante, e com sua morte, acabou também a quase totalidade dos demais de sua espécie, afogada no sangue de Ymir. Um casal, entretanto, escapou do massacre: Bergelmir e sua companheira.

Dos restos do cadáver do gigantesco Ymir, Wotan e seus irmãos moldaram a Midgard (Terra-Média): de sua carne, foi feita a terra; enquanto que, de seus ossos e seus dentes, fizeram-se as pedras e as montanhas. O sangue abundante de Ymir correu por toda a terra e deu origem ao grande rio que cerca o universo. E a caveira de Ymir no céu foi mantivida suspensa nos céus, cada qual colocado num dos pontos cardeais. Em seguida, das faíscas do fogo de Musspell, brotaram o sol, a lua e as estrelas; enquanto que, do cérebro do gigante, foram engendradas as nuvens, que recobrem todo o céu.

Entretanto, após terem remexido a carne do gigante, com a qual moldaram a terra, os três deuses descobriram nela um grande ninho de vermes. Wotan, penalizado destas criaturas, decidiu dar-lhes, então, uma outra morada, que não, o Midgard. Os seres subumanos, que pareciam um pouco mais turbulentos que os outros, foram chamados de Anões e receberam como morada as profundezas sombrias da terra (Svartalfheim). Os demais, que pareciam ter um modo mais nobre de proceder, foram chamados de Elfos e receberam como morada as regiões amenas do Alfheim.

Completada a criação de Midgard, caminhavam, um dia, Wotan e seus irmãos sobre a terra para ver se tudo estava perfeito, quando encontraram dois grandes pedaços de troncos caídos ao solo, próximos ao oceano. Wotan esteve observando-os longo tempo, até que, afinal, teve a idéia de fazer destes troncos um homem e uma mulher. Ele foi chamado de Ask (Freixo) e ela, de Embla (Olmo). Wotan lhes deu a vida e o alento; Vili, a inteligência e os sentimentos; e Ve, os sentidos da visão e da audição. Este foi o primeiro casal, que andou sobre a terra e originou todas as raças humanas que habitariam por sucessivas eras a Terra-Média. Depois que Midgard e os homens estavam feitos, Wotan decidiu que era preciso que os deuses tivessem também uma morada exclusiva para si, e então fizeram Asgard para ser o lar dos deuses. Este reino estava separado do restante do universo.



Então, Wotan pensou que não seria bom se jamais existisse um elo de ligação entre deuses e mortais. Por isso, determinou que fosse construída a ponte Bifrost (a ponte do Arco-íris). Heimdall ficaria encarregado, desde então, de vigiá-la noite e dia para que os mortais não a atravessassem livremente no rumo de Asgard.

Nas profundezas da terra, muito abaixo de Midgard, estava o Niflheim, o horrível e gelado reino dos mortos. Lá pontificava a sinistra deusa ú, filha de Loki, que se regozija Com a fome, a velhice e a doença, e que tem ao lado a serpente Nidhogg. Esta se alimenta dos cadáveres dos mortos e se dedica a roer continuamente uma das raízes da grande árvore Yggdrasil, um freixo gigantesco que se eleva por cima do mundo e deita suas raízes nos diversos reinos, entre os quais, o próprio Asgard.

Yggdrasil, também chamado da Árvore do Mundo é a árvore gigante que interligava todos os mundos. É o centro do mundo, e, enquanto suas raízes continuarem a suportar o peso de seu prodigioso tronco e de seus ramos infinitos, o mundo estará firme e a vida será soberana, sob os auspícios de Wotan, senhor dos deuses.



Franchini, A. S.; Seganfredo, Carmen. As melhores histórias da mitologia nórdica. São Paulo: Artes e Ofícios, 2004.

Druidismo


Alguns estudiosos preocupam-se em discernir duas correntes religiosas: a céltica e a druídica. Embora muito semelhantes (levando-se em conta que a céltica é derivada da druídica) existe uma tendência a fazer certas considerações. Acredita-se que o celtismo era mais rudimentar e mais ligado ao culto da Mãe Natureza, enquanto o druídismo apegava-se a diversas divindades ligadas à natureza.


Pode-se afirmar que o druidismo se baseava em dois grandes princípios: o Respeito à Natureza e na crença da imortalidade. Os druidas eram os sacerdotes e presidiam as cerimônias religiosas, e exerciam outras funções que serão discutidas mais à frente.

Acreditavam na figura suprema da Deusa-Mãe e em divindades“elementais” (do ar, da água, do fogo e da terra). Alguns estudiosos atestam o politeísmo do povo celta, outros já o consideram monoteísta e todas as divindades nada mais eram que extensão de uma Deusa-Mãe. Outros os descrevem como monoteístas, que cultuavam o deus-fogo Beal, ligado ao sol (a exemplo de Ra para os egípcios).

Algumas árvores tinham importante significância na religião celta, como era o caso do carvalho (ligada à sabedoria e ao druidas), o freixo (ligado à proteção), o salgueiro (ligado às divindades da água), e etc. Alguns animais também tinham sua simbologia - o touro, por exemplo, estava representava a fertilidade e a serpente ligada à sabedoria.

A crença na alma e na vida após a morte está presente no druidismo. Os celtas acreditavam na existência do “Outro Mundo”, aonde residem os antepassados e demais espíritos. Acreditavam também que determinadas pessoas eram dotadas do poder de comunicação com este mundo. Acredita-se que o fato de os guerreiros celtas serem bravos e destemidos venha da certeza que eles tinham de que a morte nada mais é que uma passagem.

Como eram os rituais celtas para honrar seus deuses isto é difícil precisar. Sabe-se que as cerimônias eram realizadas em lugares abertos, em campos e florestas. As florestas de carvalho eram de predileção dos druidas, pelo fato do carvalho ser considerado uma árvore sagrada. Nestes locais construíam-se círculos de pedras, onde eram realizadas as cerimônias religiosas - o mais famoso deles é Stonehenge.

No entanto, estudos recentes defendem que estes círculos de pedra, na verdade, eram usados como observatórios astronômicos e não como construções religiosas. Com isto, abre-se espaço para discussão dos elementos de culto dos celtas e dos druidas, o que faria do druidismo uma religião fortemente influenciada pelas estrelas e pela observação dos astros (como a religião egípcia).

Vestígios arqueológicos confirmam que os druidas conduziam sacrifícios humanos, porém, as razões e a maneira como este tipo de cerimônia era realizado ainda é obscura.

Os Celtas


Os celtas integram uma das mais ricas civilizações do mundo antigo. As origens desta civilização remontam ao processo de desenvolvimento da Idade do Ferro, quando estes teriam sido os responsáveis pela introdução do manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu. De fato, o reconhecimento do povo celta pode se definir tanto pela partilha de uma cultura material específica, quanto pelo uso da língua céltica.

Não compondo uma civilização coesa, os celtas se subdividiram em diferentes povos entre os quais podemos destacar os belgas, gauleses, bretões, escotos, batavos, eburões, gálatas, caledônios e trinovantes. Durante o desenvolvimento do Império Romano, vários desses povos foram responsáveis pela nomeação de algumas províncias que compunham os gigantescos domínios romanos.

Do ponto de vista econômico, podemos observar que os celtas estabeleceram contato comercial com diferentes civilizações da Antiguidade. Por volta do século VI a.C., a relação com povos estrangeiros pode ser comprovada pela existência de elementos materiais de origem etrusca e chinesa em regiões tipicamente dominadas pelas populações célticas.

Por volta do século V a.C., os celtas passaram a ocupar outras regiões que extrapolavam os limites dos rios Ródano, Danúbio e Sanoa. A presença de alguns armamentos e carros de guerra atesta o processo de conquista de terras localizadas ao sul da Europa. Após se estenderem em outras regiões europeias, os celtas foram paulatinamente combatidos pelas crescentes forças do Exército Romano.

A sociedade céltica era costumeiramente organizada através de clãs, onde várias famílias dividiam as terras férteis, mas preservavam a propriedade das cabeças de gado. A hierarquia mais ampla da sociedade céltica era composta pela classe nobiliárquica, os homens livres, servos, artesãos e escravos. Além disso, é importante destacar que os sacerdotes, conhecidos como druidas, detinham grande prestígio e influência.

A religiosidade dos celtas era marcada por uma série de divindades que possuíam poderes únicos ou tinham a capacidade de representar algum elemento da natureza ou animal. Com o passar do tempo, alguns mitos e deuses foram incorporados pelo paganismo romano e, até mesmo, na trajetória de alguns santos cristãos. Atualmente, a Irlanda é o país onde se encontram vários vestígios da cultura céltica.

Cristianismo Primitivo I


Durante a dominação dos romanos sobre o povo judeu, o aparecimento de um novo profeta proporcionou uma grande transformação no pensamento religioso da época. Nascido em Nazaré, região da Galiléia, Jesus profetizou uma ampla reforma religiosa que entrou em confronto com valores fundamentais do judaísmo. Ao criticar diversos pontos da antiga Lei Mosaica e as tradições instituídas pelos sacerdotes judeus, Jesus foi motivo de grande controvérsia.

Pregando um ideal religioso universalista, Jesus ainda criticava a adoração aos imperadores romanos. Mantendo o traço monoteísta da religião judaica ele passou uma mensagem de salvação oferecida a todo o mundo. Além de reformular conceitos, ele apoiou o amor ao próximo, a igualdade entre os homens e o desapego material. Muitos desses princípios eram divergentes da vida cotidiana da enriquecida elite romana daquele período.

No entanto, sua promessa de salvação ganhou grande simpatia das classes marginalizadas do Império Romano. Plebeus, escravos e colonos viam na mensagem de Jesus um instrumento de redenção contra a opulência e a exploração do mundo romano. Seguindo seus ensinamentos, vários homens daquela época tornaram-se discípulos incumbidos de pregar a mensagem do messiânico profeta judeu. Sua mensagem e seu martírio, ao longo do século I, arrebanhavam vários fiéis que agora se reuniam nas primeiras comunidades cristãs.

Cristianismo Primitivo II

Opondo-se ao escravismo e insubordinando-se aos costumes e tradições romanas, os cristãos começaram ser oficialmente perseguidos pelo Império Romano. Presos, torturados e mortos, os cristãos significavam uma ameaça no momento em que cresciam à custa das classes subalternas da sociedade romana. Mesmo sofrendo intensa perseguição, via na mesma uma prova do favor de Deus à sua prática religiosa. Em outros termos, o cristão que morresse pela sua fé obtinha a garantia de uma existência futura abençoada.

Na medida em que as perseguições se intensificavam, o número de convertidos crescia vertiginosamente. A determinação dos pregadores cristãos era vista como prova máxima das verdades cristãs. Com isso, a população romana, que começava sentir os efeitos da crise do Império, buscava consolo nas doutrinas cristãs. Com o passar do tempo, as próprias autoridades perceberam que não poderiam mais ignorar a expansão do cristianismo ao longo do Império. Em 313, o imperador Constantino liberou o culto cristão.

A partir daí, o cristianismo tornou-se a principal religião romana. Com o aumento do número de fiéis, formou-se uma extensa hierarquia responsável pelo cuidado dos cristãos. Os primeiros diáconos e padres surgiram no seio da Igreja. Já no século II, formaram-se escolas responsáveis pela formação dos clérigos. Iniciava-se então um processo de hierarquização que transformou a forma difusa do cristianismo primitivo em uma instituição regida por claras normas.

Os concílios começaram a reunir as autoridades da Igreja para a discussão da doutrina cristã. A partir de então, formava-se duas grandes alas da Igreja Cristã. O clero secular, incumbido das questões doutrinárias e administrativas da Igreja; e o clero regular, responsável pela evangelização e pelos cultos dirigidos à população. Com a disseminação do cristianismo pela Europa, a Igreja tornou-se, a partir de então, uma das principais instituições do mundo Ocidental.

Jesus histórico

Hoje muito se fala das pesquisas em torno de uma possível história de Cristo. Além de toda a literatura produzida por seguidores, como os 27 livros do Novo Testamento, documentação produzida por historiadores e governantes contemporâneos atestam a historicidade da existência e missão de Jesus Cristo.
O historiador José Flávio (37-97 d.C.), nascido em Jerusalém, conheceu a primitiva comunidade cristã e, como pertencente à nobreza sacerdotal judaica, ocupou-se criticamente dos seguidores de Jesus. Em sua obra Antigüidades Judaicas, ele afirma que "neste período viveu Jesus, homem sábio (se é possível chamá-lo de homem). Ele fez obras maravilhosas. Ele atraiu a sí muitos judeus e pagãos. E quando, pelas acusações dos nossos homens de prestígio, Pilatos o condenou à crucificação, aqueles que o tinham amado não o abandonaram. Ainda hoje não desapareceu o gênero dos que dele têm o nome de cristãos" (XVIII 3,3).
Plínio, o moço, escreveu ao imperador Trajano no ano 112 para saber como se comportar em relação aos cristãos. Em sua carta explica: "É meu costume, meu senhor, referir a ti tudo aquilo acerca do qual tenho dúvidas... Nunca presenciei a julgamento contra os cristãos... Eles admitem que toda sua culpa ou erro consiste nisso: que usam se reunir num dia marcado antes da alvorada, para cantar hino a Cristo como Deus... Parecia-me um caso sobre o qual devo te consultar, sobretudo pelo número dos acusados... De fato, muitos de toda idade, condição e sexo, são chamados em juízo e o serão. O contágio desta superstição invadiu não somente as cidades, mas também o interior; parece-me que ainda se possa fazer alguma coisa para parar e corrigir... " (Ep. X, 96).
O governador da Judéia, Públio Lêntulo, dirigiu carta ao Senado Romano no ano 32, apresentando um retrato falado de Jesus. "Enquanto vos escrevo, existe aqui um homem de singular virtude, que se chama Jesus. Os bárbaros o têm em conta de profeta, mas os seguidores o adoram como filho de deuses imortais: ressuscita mortos e cura enfermos, falando-lhes e tocando-os. É de estatura elevada e bem conformada; de aspecto ingênuo e venerável. Caem-lhe os cabelos em anéis até debaixo das orelhas, e espalham-se com uma graça infinita, trazendo-os à moda dos nazarenos. Tem fronte larga, espaçosa e a faces coloridas de amável rubor. O nariz e a boca, de uma admirável regularidade. A barba, da mesma cor dos cabelos, desce-lhe espessa até ao peito, bipartida à semelhança de forquilha. Os olhos brilhantes, claros e pequenos. Prega com majestade; e suas exortações são cheias de brandura. Fala com muita eloqüência e gravidade. ... Muitos o viram chorar não poucas vezes. É sobretudo sábio, moderado e modesto. Um homem, enfim, que por suas divinas perfeições se eleva acima de todos os filhos dos homens".